quinta-feira, 30 de abril de 2015

A quarta substituição no futebol ganhou um apoio importante: os jogadores

Há 20 anos a Fifa permitiu que as equipas façam três substituições de forma irrestrita. Até então, a terceira substituição só era permitida se fosse de um guarda-redes. A exigência física do futebol, com jogadores muitas vezes percorrendo 12 quilómetros por partida, faz com que o desgaste seja maior. A reivindicação de uma quarta substituição, ao menos no prolongamento, começou a ganhar adeptos no mundo todo. Chegou a ser votada – e vetada – pela International Football Association Board. (IFAB) em fevereiro. Agora, quem traz a questão à tona novamente é a FIFPro, a Associação Mundial de Jogadores Profissionais de Futebol, que divulgou uma pesquisa mostrando amplo apoio à medida.
Segundo a FIFPro, 84% dos jogadores que foram questionados, de 27 países diferentes, querem uma quarta substituição, seja nos 90 minutos da partida ou no prolongamento. “A resposta à nossa pesquisa é esmagadora”, afirmou o secretário geral da entidade, Theo van Seggelen. “É uma posição que vai desafiar visões tradicionais, mas os jogadores têm um dos papéis mais importantes neste debate”, continuou.
O técnico campeão do mundo, Joachim Löw, é um dos que apoia a medida. Desde o Mundial de 2014, no Brasil, ele dá declarações sobre uma quarta substituição ao menos no prolongamento. Em 2012, uma comissão da Fifa liderada por Franz Beckenbauer e composta por membros do futebol e da medicina recomendou a quarta substituição à IFAB. Segundo a comissão avaliou, uma quarta substituição “ajudaria a manter o nível técnico até o final dos 120 minutos e preservaria a saúde dos jogadores”. Em fevereiro deste ano, a IFAB rejeitou a proposta, mas encaminhou a proposta para um comité interno para uma nova avaliação.
Dos 244 membros da FIFPro, 119 concordaram em permitir uma quarta substituição no prolongamento, outros 86 votaram a favor da quarta substituição já no tempo regulamentar e apenas 39 votaram pela manutenção das regras atuais. “A nossa pesquisa é representativa dos jogadores em todos os continentes, que mostraram claramente uma preferência para que o jogo evolua e mostre uma maior flexibilidade, especialmente em jogos que vão para prolongamento,” afirmou Van Seggelen.
A quarta substituição é uma boa ideia, mas quando falamos de prolongamento, parece mais uma necessidade. É importante poder usar os jogadores que estão no banco numa situação de desgaste intenso como é essa, em que o jogo terá 120 minutos. Num Campeonato do Mundo, por exemplo, essa necessidade fica evidente quando os jogadores atuam com intervalos pequenos de dias. É claro que uma quarta substituição teria impacto no jogo, especialmente com a possibilidade de mudanças táticas importantes se fosse permitido durante os 90 minutos. Mas é também uma forma de melhorar a qualidade técnica num jogo que exige cada vez mais fisicamente dos jogadores.

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