domingo, 19 de abril de 2015

Como se faz um campeão? A receita é: liderança, espírito de equipa e motivação

A busca da qualidade, em si, já é um fator motivacional para qualquer grupo de trabalho. Já gera um compromisso que, aos poucos, vai contaminando o grupo. No caso do futebol, para as equipas grandes, o foco é ser campeão, e para isso há muito trabalho a ser feito e em todas as etapas, havendo necessidade de considerar o quesito liderança/ qualidade.
A liderança é fundamental no sentido de direcionar cabeças diferentes para o mesmo objetivo, mostrar que, estando no mesmo barco, se todos remarem no sentido certo, tudo sai melhor, mais fácil, com prazer e com menor desgaste. Gira também em torno do pleno conhecimento daquilo que cada um pode dar para que a meta seja atingida, identificando o potencial de cada um. A liderança deve orientar o indivíduo a trabalhar em equipa, respeitando e valorizando a individualidade, mas privilegiando o coletivo. 
A comunicação é imprescindível e todos têm que saber o que podem dar e o limite de cada um. No grupo, deve ser combinado, traçada uma diretriz, discutida a proposta e chegar-se a um caminho comum, às vezes por parte dos líderes, outras por parte dos liderados, sempre por consenso.
A liderança nunca é imposta, é sempre conquistada e quanto mais líderes dentro do grupo, melhor, porque haverá uma confiança maior no trabalho e no objetivo a ser alcançado. Raramente um líder surge naturalmente dentro do grupo, então por vezes é preciso impor essa liderança a alguém que se destaque, que tenha a confiança e a credibilidade dos outros, para torná-lo o líder dentro do campo, em complemento à liderança que o técnico exerce. Funcionando na prática como uma extensão da equipa técnica dentro de campo. Ou, ao contrário, forma-se um grupo com vários pequenos líderes, mas é melhor ainda, quando se tem um grande líder e outros menores, trazendo um comprometimento maior. 
Já o espírito de equipa, esse é imprescindível. Em última instância, é preferível fazer uma equipa com onze jogadores jovens empenhados e imbuídos desse espírito de equipa, a ter onze craques sem essa coesão. A probabilidade de vencer é muito maior no primeiro caso, porque todos se ajudam, onde um é ilimitado, o outro compensa e todos se sentem na obrigação de melhorar para não sobrecarregar o companheiro. Cada um tem que saber que é parte integrante de um grupo, de um organismo. Isso dá um “up grade” impressionante na equipa. Esse espírito de equipa é responsável por algo entre 60% e 70% do sucesso de uma equipa. É esse espírito de grupo que se procura estimular desde os primeiros dias de treino. Trabalhar intensamente em prol do grupo é o que gera e potencia a equipa campeã.
A motivação também tem que estar sempre presente. Mas é preciso que seja a motivação certa e na medida certa. Se a equipa vai jogar contra uma equipa fraca, o foco deve estar na melhoria individual. Só ganhar não interessa, porque depois desse jogo, vem uma equipa mais forte. O trabalho desenvolvido deve representar crescimento. 
O foco geral de motivação durante toda a temporada tem que ser o crescimento, a nível individual e coletivo. Se uma equipa tiver como objetvo ser campeã, tem que apostar numa melhoria contínua, não podendo fazer hoje o que fez ontem, e tendo que ser capaz de fazer melhor amanhã. A perfeição é inalcançável, mas é o objetivo! É como a cenoura, que precisa de estar sempre um palmo à frente do cavalo, para que ele procure alcançá-la e assim, não pare e continue sempre em frente. Tem que se melhorar sempre.
A palavra-chave é equipa, na qual tem que se desenvolver confiança, alegria, atitude, treino, coesão, participação, iniciativa e ousadia. É difícil ter todos esses ingredientes juntos e na medida certa, mas isso é que define um campeão.

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