domingo, 12 de abril de 2015

Como explicar o fracasso inglês na Europa?

A eliminação das equipas inglesas das duas maiores competições europeias chamou a atenção de todos nas duas últimas semanas. Em apenas uma, tivemos Manchester City, Arsenal e Everton eliminados da Champions League e da Europa League, sem falar do Chelsea, eliminado em casa pelo Paris Saint-Germain uma semana antes. Além do Liverpool que foi eliminado ainda na fase de 16 avos da Liga Europa, e do Tottenham, nos oitavos de final.
Mas como explicar o fracasso das equipas da liga com maior investimento, talvez a mais rica de todas da Europa?
Uns dizem que é o calendário inglês que é bastante apertado, outros são a favor de que os clubes não dão a devida importância, enfim, é uma questão muito complicada de se afirmar.
O Arsenal não passa dos oitavos de final de uma Liga dos Campeões há 4 anos, o Chelsea foi campeão em 2012, mas desde então cai nos momentos decisivos, Manchester City nem sequer passa dos oitavos de final, o Liverpool há muito tempo não sabe o que é vencer uma competição de grande porte, o Manchester United nem para a fase preliminar da UCL foi nesta temporada. O último campeão inglês da Europa League foi o Chelsea em 2013, mas antes disso só o Liverpool em 2001 tinha ganhado e ainda sim era a Taça UEFA (Ah, que saudade da Taça UEFA!).
Será então que a Premier League está em decadência? Não na parte financeira, afinal de contas a liga inglesa está melhor do que nunca. Por exemplo, a Inglaterra tem oito dos 20 clubes mais ricos do mundo, representando 40% das euipas. Pra você internauta ter uma pequena ideia de como o parâmetro inglês no cenário europeu mudou radicalmente, entre 2007 e 2009, os ingleses estavam presentes em 11 das 24 vagas para os quartos de final das competições europeias.
Parece, e espero que esteja certo, que muito dos problemas das equipas inglesas são temporários. O Manchester United, por exemplo, se tornou imenso, ‘xigantxi’ (como diria Sorín) fora de campo, lembrando muito o processo que acontecera com o Real Madrid em 2000, mesmo com uma gestão que para muitos deixou a desejar, logo o resultado não poderia ser outro senão a ausência da equipa em competições europeias, algo que não acontecia desde 82, ou seja, 33 anos! O que gerou impactos financeiros grandes no clube, que vem se reestruturando. Apesar de muito investimento, o Manchester City ainda não tem o peso da camisola para brilhar em competições europeias. 

Um ‘novo’ Liverpool que agora aposta nos jovens, mas sem perspectiva de lampejos europeus. Por mais que Ferguson tenha durado 27 anos no comando do United, Wenger não faz nem sombra às ideias do escocês. O Arsenal precisa de ideias novas, técnico que saiba trabalhar com o que tem, que tire o escorpião do bolso, que não tenha medo de arriscar em contratar jogadores. 
O Chelsea, o que podemos falar? A equipa tem tudo! Um técnico renomado, jogadores que seriam titulares em 95% dos clubes europeus, dinheiro, e adeptos, mas é uma equipa que ainda precisa de ajustes pontuais.
Falando agora um pouco das equipas de ‘menor porte’ que participaram ativamente na Europa League. Claro que o Everton não era o mesmo da última temporada, mas ser massacrado pelo Dynamo Kiev foi triste. A equipa de Liverpool estava apática, sentindo o jogo, o ambiente. Defesa desorientada e ataque pouco produtivo. Provavelmente não irá para nenhuma competição europeia, já que ocupa o 13º lugar na Premier League e há 23 pontos do Tottenham, 7º.
Falando na equipa londrina, a eliminação para a Fiorentina deixou muitos surpresos. Depois de empatar por 1 a 1 em casa, a vaga ficou para ser decidida na Itália. E foi um sacode. 2 a 0 com show de Mario Gomez e Salah, ex-Chelsea. A boa notícia dos Spurs na temporada foi o surgimento de um atacante (muito promissor), Harry Kane. O menino é bom de bola. Decisivo, rápido e com faro de gol afiado, Kane é o principal nome do Tottenham na temporada. É autor de 35 gols dos londrinos na temporada. Venhamos e convenhamos que o Tottenham não deu importância para a Liga Europa. Pode ser que a saudade da Taça UEFA, conquistada em 72 e em 84, possa ter batido. Enfim, fora clara e manifesta a não vontade de jogar a competição.
É certo que as equipas inglesas irão voltar forte ao cenário europeu, e acredito que isso apenas seja uma fase, mas ainda acho que o processo não chegou ao fim, enquanto isso terão de ver o show de Sevilla, Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique e Wolfsburg na Europa League e na Champions.

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